Microdispositivo desenvolvido na Unicamp auxilia no desenvolvimento e escolha de fármacos
Tecnologia, reutilizável e econômica, é uma alternativa às desvantagens dos microdispositivos atualmente no mercado
A microfluídica é uma ciência que tem se mostrado promissora no estudo de sistemas complexos, possuindo ferramentas ideais para a criação e controle de gradientes de concentração e permitindo diferentes condições de cultivo celular. Por esse motivo, os dispositivos microfluídicos emergiram como uma opção para o estudo do comportamento das células em condições dinâmicas e em tempo real, auxiliando na compreensão dos mecanismos de doenças como o câncer e na aceleração da escolha por novos tratamentos.
Como resultado, uma parceria entre a Faculdade de Engenharia Química e o Instituto de Biologia da Unicamp originou um dispositivo microfluídico para o estudo do comportamento celular na presença de fármacos e reagentes.O dispositivo microfluídico, que analisa o comportamento celular por imagem, representa uma alternativa às desvantagens dos microdispositivos atuais, como etapas complexas, baixo rendimento, irreversibilidade e dificuldade de esterilização, além de serem descartáveis e apresentarem elevado custo e tempo de fabricação.
Dessa forma, a presente tecnologia trata-se de um dispositivo modular e selagem reversível, para aplicação em áreas como comunicação celular, estímulo e ensaio de transição celular, bem como seleção de fármacos, sem a utilização de muita amostra. Por ser de selagem reversível, é possível desmontar, higienizar e esterilizar o dispositivo após a sua utilização, o que permite recuperar as células e reutilizá-las diversas vezes, enquanto a quantidade de módulos disponíveis permite a análise de quatro tipos de células ou em quatro condições diferentes.
Adicionalmente, a tecnologia viabiliza a análise simultânea de duas técnicas no mesmo microdispositivo, como análise in situ, realizada por meio do resíduo produzido pelas células presentes no microdispositivo, e em tempo real. Ainda, ela propicia a observação do comportamento celular sem o auxílio de marcadores fluorescentes para as células e, como possui um sistema de poços individuais no final de cada canal, permite a verificação por cada módulo do lactato liberado ao longo do tempo.