Apesar das biorrefinarias serem uma alternativa mais sustentável para a produção de biocombustíveis em contraponto à indústria do petróleo, seus processos ainda podem ser aprimorados para torná-las ainda mais verdes. Um exemplo é a biomassa residual gerada nessas biorrefinarias, cujo reaproveitamento ainda é restrito. Por isso, normalmente ela é descartada e gera, como consequência, impactos ambientais.
Atentos a esse problema, pesquisadores da Unicamp desenvolveram um processo para a produção de biocarvão (biochar, em inglês) a partir de resíduos oriundos de descartes da romã, usando apenas matérias-primas não tóxicas. O biocarvão é um material adsorvente, ou seja, capaz de aderir moléculas de outras substâncias em sua superfície, e pode ser utilizado na adsorção de resíduos da biomassa.
Dessa forma, o biocarvão pode ser usado, por exemplo, para remover contaminantes e poluentes presentes nos resíduos, além de recuperar recursos como metais preciosos, nutrientes e compostos orgânicos, entre outros benefícios. Assim, o biocarvão proporciona um melhor aproveitamento dos resíduos da biomassa, que podem ser tratados e reaproveitados para gerar outros produtos relevantes, minimizando assim os seus impactos ambientais.