Pesquisadores da Unicamp e UEM desenvolvem método de obtenção de nanopartículas que são capazes de inibir o crescimento de microrganismos
Material desenvolvido pode ser utilizado na fabricação de EPIs e tecidos hospitalares que protejam os usuários da contaminação
Se fossemos falar de máscaras, jalecos, luvas ou toucas antes da pandemia, talvez fosse necessário contextualizar sobre a importância desses materiais. Agora, eles são mais do que conhecidos: fazem parte dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), utilizados pela comunidade hospitalar para se proteger de uma contaminação. Contudo, apesar de serem essenciais, esses itens protegem de apenas durante seu uso, já que o contato com microrganismos pode acontecer durante a retirada ou o descarte dos mesmos.
Foi voltando o olhar justamente para esse cenário que pesquisadores do Instituto de Biologia (IB) e do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), desenvolveram um material capaz de inibir o crescimento desses microrganismos. De baixo custo de produção e fácil obtenção, esse material com atividade antimicrobiana pode ser aplicado tanto na fabricação de EPIs, como no revestimento de tecidos hospitalares (lençóis e cortinas), controlando a disseminação de microrganismos, principalmente aqueles resistentes a múltiplas drogas.
A invenção se trata da obtenção de fibras em escala nanométrica, que apresentam características únicas, podendo ser utilizadas no campo biomédico, na engenharia de tecidos e na liberação controlada de fármacos. Essas nanofibras, após obtidas, são incorporadas a nanopartículas de prata – que conferem a ação antimicrobiana (inclusive contra o Sars-cov2) – a partir de uma técnica inovadora desenvolvida pelos pesquisadores, que incluem a obtenção e a incorporação das nanopartículas em uma única etapa, o que se diferencia de outras técnicas do mercado.