Até o início da década de 2020, não havia uma droga específica para o tratamento de infecções causadas pelo Zika, um vírus capaz de provocar microcefalia em fetos de mulheres grávidas contaminadas pelo vírus. Pesquisas posteriores, contudo, identificaram que a substância ascomicina é um agente eficiente para inibir a ação do vírus no organismo humano.
Já o tacrolimo é um macrolídeo imunossupressor, fármaco comumente usado após cirurgias de transplantes de órgãos. Com o objetivo de biossintetizar esses dois fármacos em laboratório, pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp desenvolveram um método para criar um meio de cultura adequado à produção da ascomicina e do tacrolimo a partir da fermentação microbiológica desse meio de cultura, a partir de bactérias Streptomyces tsukubaensis.
Esses novos inventos, tanto de criação do meio de cultura quanto de obtenção dos dois fármacos, são mais simples em relação ao uso de métodos químicos para esse fim. Dessa forma, o novo processo tem potencial para a produção em maior escala de medicamentos inibidores da ação do vírus Zika no organismo humano, mitigando seus graves efeitos.