As baterias de lítio-ar (ou lítio-oxigênio, como também são chamadas) são consideradas potenciais substitutas das baterias de íons de lítio, as mais comuns usadas atualmente. De fato, as baterias de lítio-ar apresentam maior capacidade de armazenamento de energia, mas elas ainda precisam superar algumas limitações para serem usadas em maior escala. Uma delas é o aumento de sua vida útil. Isso ainda é restrito pois seu eletrodo metálico de lítio requer uma proteção mais eficaz contra substâncias reativas presentes no ar atmosférico, como água e oxigênio. Apesar da adição de água no eletrólito aumentar a capacidade de descarga em baterias lítio-ar, por outro lado, isso reduz a vida útil das baterias, pois o lítio é extremamente reativo à água.

Para contornar esse problema, pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp desenvolveram um novo processo para a criar uma membrana separadora compósita de poliuretano, com características hidrofóbicas, capaz de atuar como barreira separadora entre o ânodo e cátodo de uma bateria de lítio-ar. Essa membrana de poliuretano impede o ataque de moléculas de água no ânodo de metal lítio, o que, consequentemente, aumenta o desempenho e a vida útil da bateria.

Os resultados desse desenvolvimento mostraram que as células montadas com a membrana de poliuretano obtiveram maior ciclabilidade (maior quantidade de ciclos) quando comparada às células montadas com a membrana de fibra de vidro (mais comuns em uso nesse tipo de bateria), evidenciando que a nova membrana eleva a vida útil das baterias de lítio-ar.