O quimioterápico paclitaxel (PTX) é amplamente utilizado em tratamentos contra vários tipos de câncer, mas esbarra em uma limitação: ele tem baixa solubilidade em água. Por isso, para um medicamento contendo o PTX ser administrado, são necessárias formulações que incluem substâncias tóxicas, como detergentes e solventes, que podem causar efeitos colaterais graves, como reações alérgicas, problemas cardiovasculares e neuropatia, oferecendo riscos à saúde do paciente.

Essa questão levou um grupo de pesquisadores do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp a desenvolver um novo método que dispensa a adição de substâncias tóxicas em medicamentos que contêm o PTX. A solução encontrada foi o uso de carregadores lipídicos nanoestruturados (NLC), que são nanopartículas feitas de lipídios que encapsulam o PTX para transportá-lo de forma mais eficiente no organismo. Além disso, o método inclui a coencapsulação de canabidiol, um composto com potencial terapêutico que pode reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia.

Essa abordagem melhora a solubilidade de um fármaco pouco solúvel em água, aumenta sua estabilidade e reduz seus efeitos colaterais. Também há uma redução da toxicidade do fármaco e um possível aumento da eficácia do tratamento com a ação combinada do PTX e do canabidiol, além de uma melhor tolerabilidade pelo paciente. Com isso, espera-se uma alternativa mais segura e eficiente para terapias antitumorais.