Cada vez mais, a indústria busca alternativas naturais e saudáveis para substituir insumos sintéticos, incluindo os corantes empregados em alimentos, cosméticos e tecidos. No entanto, muitos desses corantes naturais têm baixa estabilidade frente a variações de pH, temperatura e luz, o que restringe sua aplicação em larga escala. Além disso, opções veganas e cruelty-free são limitadas, já que corantes naturais, como o carmim, são obtidos de insetos.  

Nessa procura por soluções mais ecológicas e eficientes, pesquisadores da Unicamp desenvolveram um novo processo para a produção de corantes naturais combinando extratos hidroalcóolicos do crajiru (Fridericia chica, uma planta comum na América do Sul), do açaí (Euterpe oleracea) e da beterraba (Beta vulgaris). A combinação desses extratos melhora a estabilidade das cores por meio do fenômeno da co-pigmentação, permitindo a criação de uma variedade maior de tonalidades.

Essa inovação oferece uma alternativa natural e vegana aos corantes sintéticos e de origem animal, com maior estabilidade e potencial bioativo. Além disso, os corantes obtidos são biodegradáveis, seguros para consumo e podem ser utilizados em diversos produtos. Por fim, eles reduzem o impacto ambiental e atendem à crescente demanda por ingredientes mais sustentáveis na indústria.