Partícula produzida por pesquisadores da Unicamp e da UEM também pode dar novo destino a metais nobres que seriam perdidos em resíduos

Pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas, em parceria com profissionais da Universidade Estadual de Maringá, desenvolveram uma tecnologia singular para a retirada de resíduos tóxicos do ambiente. A novidade consiste na utilização de uma partícula que tem a capacidade de extrair metais pesados contidos em meios aquosos.

A inovação tecnológica foi obtida a partir da exploração da sericina, um dos principais componentes do casulo do bicho-da-seda, que, descartada pela indústria têxtil, gera poluição quando lançada nas águas. O trabalho elaborado pelos pesquisadores da Unicamp e da UEM encontrou uma forma de aproveitar a sericina realizando um tratamento adequado na substância e, em seguida, combinando-a com alginato para a obtenção de uma blenda que, a partir de uma sucessão de processos químicos, gera as partículas capazes de limpar a água de metais pesados tóxicos à saúde humana e de outros seres vivos.

Além de um poderoso despoluente,  o novo processo, que surge como alternativa a utilização de carvão ativado, pode ser usado pela indústria  para o reaproveitamento de metais nobres como o ouro e a prata que costumeiramente acabam perdidos em meio a outros componentes residuais.