Ao contrário do etanol de primeira geração (E1G), obtido a partir de açúcares facilmente fermentáveis, o etanol de segunda geração (E2G) requer processos mais complexos para converter os carboidratos da biomassa em açúcares fermentáveis. Produzido a partir de biomassa lignocelulósica, como a palha de cana-de-açúcar, o E2G enfrenta desafios devido à presença de inibidores que prejudicam a fermentação por microrganismos, que reduzem a eficiência da conversão biológica da biomassa, tornando o processo menos competitivo e afetando sua viabilidade econômica.

Para eliminar a ação desses inibidores, um grupo de pesquisadores da Unicamp desenvolveu um novo método para removê-los utilizando argilas hidróxido duplo lamelares (LDH). As LDHs atuam adsorvendo os compostos tóxicos do hidrolisado de palha de cana, proporcionando uma fermentação mais eficiente das leveduras e otimizando a conversão da biomassa em etanol e outros bioprodutos.

Esse novo método permite a redução dos custos de produção do E2G, a melhoria do desempenho fermentativo e o aumento da viabilidade industrial da conversão biológica da biomassa. Além do etanol, o método também favorece a produção de outros biocompostos, como xilitol e ácido succínico, permitindo assim a expansão das biorrefinarias e a sustentabilidade do setor de biocombustíveis.