Os filmes ultrafinos de grafite (ou grafeno) têm uma ampla gama de aplicações devido às suas excepcionais propriedades, como por exemplo, sua elevada resistência, condutividade térmica e elétrica, transparência, flexibilidade etc. Por isso eles podem ser usados na fabricação de dispositivos eletrônicos flexíveis, baterias, supercapacitores, entre outras numerosas aplicações nas indústrias fotovoltaica e fotônica, além da micro e da nanoeletrônica.

Contudo, a fabricação em larga escala desses filmes ultrafinos com condutividade elétrica ainda carece de um processo eficaz e economicamente viável. Os desafios para isso são vários: o uso de condições normais de temperatura e pressão para a preparação da solução à base de material grafítico, a utilização do grafite para melhor condutividade elétrica (e não o óxido de grafite), a fabricação de filmes finos sem necessidade de altas temperaturas, de vácuo e de controle de tensão, a deposição de filmes de grafite compatíveis com as demandas industriais, entre outros desafios técnicos de alta complexidade.

E foi contornando esses obstáculos mais comuns que um grupo de pesquisadores da Unicamp desenvolveu um novo processo de produção de filmes grafíticos ultrafinos com alta condutividade elétrica. O método se baseia em uma técnica menos custosa do que as tradicionais para a deposição dos filmes finos e ultrafinos e ainda incorpora um solvente de menor impacto ambiental em relação aos mais comumente usados, convertendo a invenção em uma solução mais eficaz e mais amigável ao meio ambiente.