Novo gel polímérico se mostrou eficaz contra o coral-sol, uma espécie invasora que tem prejudicado ecossistemas nos oceanos do Brasil

A bioincrustação de plataformas de petróleo e cascos de navios tem se tornado um desafio para a manutenção da diversidade marinha no Brasil, uma vez que este fenômeno pode introduzir espécies invasoras de outras regiões do planeta, provocando graves desequilíbrios ambientais e ameaçando a sobrevivência de organismos sensíveis não adaptados a competição biológica.

O coral-sol, uma espécie original do mares asiáticos, representa um exemplo preocupante deste problema, pois sua rápida capacidade de reprodução e comportamento predatório tem eliminado outros tipos de corais, causando sérios prejuízos ambientais e econômicos em toda a costa do país.

Para lidar com esta questão, pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp), em colaboração com a Petrobras, desenvolveram uma estratégia tecnológica inovadora que tem como objetivo finalizar esta praga marinha. Através do uso de géis poliméricos, os cientistas criaram um expediente de aplicação direta nas superfícies afetadas que suprime gradualmente os pólipos invasores das plataformas e cascos, sem prejudicar os ecossistemas oceânicos.

A tecnologia é composta por uma mistura biocida de liberação concentrada e de caráter local, que, em contato com uma solução reticulante, interfere na respiração das espécies não-nativas, eliminando até 94% das colônias de coral-sol após a primeira aplicação.

A invenção brasileira foi idealizada para se tornar uma alternativa eficaz à raspagem da bioincrustação realizada por mergulhadores, pois os géis poliméricos podem ser aplicados em lugares de difícil acesso e possuem ação prolongada, o que não acontece no tradicional método manual de retirada dos pólipos de quilhas e unidades de exploração petrolíferas.